Caro(a) professor(a),
o texto que aqui se apresenta pretende indicar possibilidades de uso dos descritores de língua portuguesa através do componente de língua inglesa. Não é nosso intento aqui sublimar o componente de língua inglesa, apenas compreendemos que as abordagens nas estruturas linguísticas da língua portuguesa, elementos potencias na construção de sentidos do texto, são melhor detalhadas e apresentam uma compreensão mais profunda e contextualizada, tanto do uso social da linguagem, quanto das estruturas semióticas que geram sentidos.
As diferenças de abordagens que se detalham de maneira muito breve aqui, tem sua justificativa, assim pensamos, nos objetivos de uso dos dois vernáculos. É imperativo que o falante domine com maestria primeiramente sua língua materna, só então é possível conceber o uso de uma segunda língua. Isso se torna mais perceptível quando se faz comparações entre duas habilidades das duas matrizes curriculares como se observa abaixo:
EIXO ORALIDADE
LÍNGUA PORTUGUESA:
(EF69LP13): Engajar-se e contribuir com a busca de conclusões comuns relativas a problemas, temas ou questões polêmicas de interesse da turma e/ou de relevância social.
LÍNGUA INGLESA:
(EF06LI01): Interagir em situações de intercâmbio oral, demonstrando iniciativa para utilizar a língua inglesa.
(BNCC, 2018)
Ao comparar as duas habilidades percebe-se que no eixo oralidade a complexidade na língua portuguesa é maior, pois indica até um possível contexto de aplicação proposta. Outro ponto interessante a se ressaltar é o verbo "Engajar-se" que pressupõe um posicionamento mais acentuadamente crítico se comparado ao verbo "Interagir" que dá início à descrição da habilidade em língua inglesa. Essas diferenças ficam evidentes se a análise, aqui resumidamente apresentada, for feita ao longo da matriz curricular nacional.
Feitas essas breves considerações, propõe-se aqui uma estratégia de abordagem em língua inglesa através de alguns descritores de língua portuguesa, notadamente os que figuraram com menor desempenho de acordo com as últimas avaliações municipais realizadas no ano de 2022. Na figura abaixo é possível visualizar as duas matrizes curriculares (Português e Inglês) que se complementam entre as habilidades deficitárias e habilidades próprias da língua inglesa.
A partir deste ponto serão propostas breves reflexões acerca de cada descritor de língua portuguesa e abordagens em língua inglesa, assim como sugestões de abordagens metodológicas em sala de aula.
- Descritor 2 – Inferir informação em texto verbal.
De maneira resumida segue breve definição do verbo inferir:
"Raciocínio concluído ou desenvolvido a partir de indícios, de pistas, de sinais, de vestígios: a dedução é um tipo de inferência."https://www.dicio.com.br/inferencia
Ou seja, inferir é deduzir. Descobrir o que não foi dito no texto través do que está dito. Um exemplo muito simples pode ser feito para ilustrar o que estamos definindo:
"Na garagem de Marcos há carros azuis, vermelhos e brancos."
As informações explícitas são as referentes às cores dos carros de Marcos. Podemos inferir da frase acima que na garagem de Marcos não há carros pretos, ou verdes. Apesar dessa informação não estar descrita do texto, é possível inferi-la a partir do que está dito no texto.
Com a ajuda do professor, através de perguntas constantes, o estudante é levado a desenvolver esse raciocínio de dedução até que isso permaneça como um hábito de raciocínio. Esse esquema mental, próprio do pensamento complexo, é perfeitamente possível de ser feito em língua inglesa e na verdade, enquanto professores, cotidianamente, fazemos isso com os estudantes sempre que os questionamos sobre o objeto de estudo em cada disciplina.
Interessante notar que Sócrates já fazia isso em sua escola de pensamento no que ficou conhecido como Maiêutica Socrática, que nada mais é do que encontrar as respostas dentro de si mesmo através do ato constante de questionar.
- Possíveis abordagens em língua inglesa estimulando as inferências:
- Descritor 3 – Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.
- Descritor 6 – Distinguir fato de opinião relativa ao fato





